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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

PETROBRAS ADIA PUBLICAÇÃO DE BALANÇO NOVAMENTE

RIO e SÃO PAULO - No mesmo dia em que surgiram novas denúncias de corrupção envolvendo a estatal, a Petrobras adiou pela segunda vez a divulgação de seus resultados financeiros do terceiro trimestre. Em comunicado, a companhia destacou que decidiu postergar a publicação devido a novos fatos relacionados à Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF), ocorridos após o dia 13 de novembro. Segundo uma fonte próxima à Petrobras, durante a reunião do Conselho de Administração realizada na sexta-feira, que durou nove horas, houve muita divergência entre os participantes sobre se a empresa deveria fazer a baixa contábil em seus ativos por conta da corrupção. A baixa contábil seria um ajuste nos números, descontando os valores que foram pagos em propinas. Mas, sem consenso entre os conselheiros sobre como fazer esse ajuste e, se essa baixa contábil deveria ser realizada agora, antes de se ter informações mais claras sobre o tamanho da corrupção, a empresa decidiu adiar o balanço.
Antes da decisão de adiar o balanço, as ações da companhia despencaram 6,56% e afetaram o desempenho da Bovespa. Agora, a previsão é que as demonstrações financeiras — ainda não auditadas pela PricewaterhouseCoopers (PwC) — sejam publicadas somente no fim de janeiro de 2015.
— Sem ter a certeza absoluta de que os números que se baixariam dos ativos estavam corretos, acabou se chegando ao consenso que era melhor não publicar agora o balanço, porque esse valor poderia depois ser questionado — disse a fonte.
A empresa, no entanto, divulgou informações parciais sobre os seus resultados financeiros. E, pela primeira vez, admitiu já ter reduzido seus investimentos em projetos, conforme antecipou O GLOBO na última quarta-feira.


SEM PREVISÃO DE NOVAS CAPTAÇÕES
Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Petrobras informa que já está implementando uma “série de ações voltadas para a preservação do caixa, que no fim de setembro era de R$ 62,4 bilhões e da liquidez nas operações”. Com isso, diz a estatal, a companhia diz ter assegurado um fluxo de caixa livre positivo para o próximo ano. A Petrobras afirma que, “considerando preços de petróleo em torno de US$ 70 por barril e taxa de câmbio em torno de R$ 2,60, eliminam a necessidade de captações junto ao mercado no próximo ano”.
Mas, citando a busca por transparência, a Petrobras informou que optou pela indicação de alguns indicadores financeiros. É o caso do endividamento líquido, que chegou ao fim do terceiro trimestre a R$ 261,445 bilhões, uma alta de 8% em relação ao segundo trimestre deste ano, quando estava em R$ 241,349 bilhões. A receita subiu 7% no terceiro trimestre, para R$ 88,378 bilhões. Segundo a estatal, essas informações não serão afetadas pelos potenciais ajustes decorrentes da Operação Lava-Jato, mas os dados também não foram revisados pelos auditores.
A Petrobras adiou para 31 de janeiro de 2015 o vencimento dos primeiros covenants (cláusulas contratuais de títulos de dívida). A medida era necessária pois permite que ela apresente suas demonstrações contábeis do terceiro trimestre não revisadas até esta data sem risco de que os donos dos papéis possam pedir uma antecipação do vencimento destes papéis.
Além disso, ao listar os motivos do novo adiamento, a estatal informou que recebeu no dia 21 de novembro uma intimação da Securities and Exchange Commission (SEC, na sigla em inglês), o órgão regulador dos EUA, “requerendo documentos relativos a uma investigação sobre a Companhia iniciada pela SEC”.
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A empresa diz ainda que tomou conhecimento no dia 3 de dezembro “dos depoimentos prestados no âmbito do acordo de colaboração premiada de Julio Gerin de Almeida Camargo (Grupo Toyo) e Augusto Ribeiro de Mendonça Neto (Grupo Setal)”. E informa que, no dia 9 de dezembro, foi comunicada da ação coletiva movida por Peter Kaltman perante corte nos Estados Unidos. “Nós acreditamos que outras ações serão apresentadas e possivelmente consolidadas com a ação do Sr. Kaltman”, ressaltou a companhia.
A Petrobras destacou ainda que foi ajuizada pelo “Ministério Público Federal, no dia 11 de dezembro de 2014, de ações criminais contra diversas pessoas, dentre as quais o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e outros gestores de empresas, por corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa, lavagem de dinheiro e uso de documento falso.
Os escândalos de pagamento de propina na Petrobras e a queda no preço do petróleo no exterior já fizeram a empresa a perder, nos últimos três meses, R$ 128 bilhões em valor de mercado, o equivalente a uma Vale e um JBS somados. O tamanho da Petrobras na Bolsa foi reduzido à metade, já que hoje a empresa tem valor de R$ 127 bilhões.

Fonte: O globo.


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